domingo, 30 de maio de 2010

BIOTECNOLOGIA AINDA ENGATINHA.....

.....MAS PODE REPRESENTAR O GRANDE AVANÇO DA CIÊNCIA NOS PRÓXIMOS ANOS E SALVAR O MUNDO DA FOME E DA DESTRUIÇÃO

Matéria divulgada por José Roberto Lima, jrlima@matrix.com.br , Jornal Comunidade, Brasília, 29 de Maio a 4 de junho de 2010

       Pode parecer heresia para os ecoloucos, mas a verdade é que os transgênicos, há que se admitir, vêm dando a sua contribuição, ainda que discutível, para o meio ambiente e para a qualidade de vida no meio rural. Afinal, os transgênicos conseguem proporcionar uma redução significativa do número de aplicações de defensivos agrícolas convencionais nas plantações que passaram a adotar os novos produtos.
       Estudos realizados por especialistas ingleses demonstram que o cultivo de transgênicos tem representado, nos últimos 14 anos, uma redução global de mais de 15% sobre os impactos ambientais decorrentes da utilização de produtos agrotóxicos, com uma economia superior a 200 mil toneladas de defensivos químicos que deixaram de ser lançados no meio ambiente.
       Não é só. Nesse período ocorreram expressivas reduções do uso de combustíveis nas lavouras transgênicas, além de substancial economia de água, que deixei de ser utilizada nos pulverizadores, sem contar com a redução de mais de nove milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, por conta da redução da carga de trabalho das máquinas agrícolas. A título de exemplo, nove milhões de CO2 a menos é mesmo que tirar de circulação todos os veículos da cidade de São Paulo pelo período de um ano.
       Falou-se em transgênico, imediatamente se pensa em biotenologia. Pois é, ultimamente, esta palavra tem sido pronunciada com uma frequência cada vez mais acentuada. Agora mesmo, em junho, na Argentina, autoridades mundiais estarão reunidas para debater os monopólios multinacionais no setor da biotecnologia.
       Em recente entrevista ao jornal Diário de Cuiabá, o presidente da associação dos produtores de Soja e Milho (Aprosoja Brasil), Glauber Silveira falou que o Brasil precisa buscar urgentemente a sua independência na questão das pesquisas e destacou que até os Estados Unidos estão preocupados com a hegemonia de uma única empresa (leia-se Monsanto) que dita as regras do mercado, estabelecendo preço e cobrança.
      Isto, naturalmente, traz muito desconforto para o setor produtivo brasileiro, segundo Silveira. E ela acha que o Brasil deve buscar tecnologia própria. Afinal, a embrapa está ai mesmo para isso. Relatório do Serviço internacional para Aquisição de Aplicações Biotecnológicas Agrícolas, uma organização que estuda a produção biotecnológica em escala global, o Brasil desponta como o segundo maior produtor de transgênico do mundo, com 21,4 milhões de hectares de áreas cultivadas, atrás apenas dos Estados Unidos, com 64 milhões de ha. O relatório destaca o Brasil como futuro "motor propulsor"do crescimento da biotecnologia na América Latina.
     Mas, afinal o que é essa tal biotecnologia? O conceito inicial parte da Convenção da Diversidade Biológica, de 1992, que identifica a biotecnologia como qualquer aplicação tecnológica que utilize sistemas biológicos, organismos vivos ou derivados destes, para produzir ou modificar produtos ou processos para usos específicos. O conceito é genérico para uma abrangência multisetorial de biotecnologia que abrande áreas de saúde humana e animal, agricultura, etc.
     A revista Nature Biotechnology relaciona biotecnologia com "a aplicação tecnológica que utilize organismos vivos, sistemas ou processos biológicos, na pesquisa e nop desenvolvimento, na manufatura ou na provisão e serviços especializados".
    Há um porém nesse conceito: empresas em biotecnologia que inventem ou têm projetos em biotecnologia, mas não têm a atividade como foco principal, não são consideradas empresas de biotecnologia. Para esse tipo de empresa ficou reservado o rótulo de biociências, como a biofábrica desenvolvida por um grupo de cientistas e engenheiros do Centro Fraunhofer de Biotecnologia Molecular, pesquisadores da Universidade de Boston e da empresa biofarmacêutica iBio (EUA).

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